A natureza dos vírus sob a teoria do gene egoísta de Dawkins
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Abstract
The COVID-19 outbreak brought up a long-standing debate about the nature of
viruses. Based on strict concepts of life, they do not grow, have metabolism and internal
homeostasis, or replicate without a host, so they could not be alive. The discovery of giant
viruses revives their role in early evolution. They exhibit greater complexity and carry an
extensive genome, depending less on the host. Viruses must have evolved from more complex
organisms and lost their genes, reducing to the essentials. According to Dawkins’ selfish gene
theory, the evolution by natural selection acts on specific genes as a unit of selection. This
replicator uses transient ‘vehicles’ in favor of its multiplication, and the selfish aspect keeps
genetic traits passing on. From natural selection perspective, the replicators or viral genes which
least replicate will decrease in frequency. The fact that they kept it simple in structure does not
imply the inert status. Boundaries between living vs. nonliving are a continuum, this
classification may be a philosophical and semantics debate rather than scientific. This review
aims to gather information about the origin of viruses and the relationship with primordial life
through a narrative review of the literature. Through the comprehension aboutthe ubiquity and
evolutionary aspects of viruses, it is possible to reach a general understanding that they can be
classified as living beings, as they express hereditary information and evolve through natural
selection.
Abstract in Portuguese
A pandemia de COVID-19 levantou um antigo debate sobre a natureza dos vírus.
Baseado em conceitos estritos, eles não têm metabolismo, homeostase interna, crescimento ou
se replicam sem um hospedeiro, portanto, não poderiam estar vivos. A descoberta de vírus
gigantes retoma o seu papel na evolução, pois exibem maior complexidade e carregam um
genoma extenso, dependendo menos do hospedeiro. Os vírus devem ter evoluído de organismos
mais complexos e perdido seus genes temporalmente, reduzindo-os ao essencial. Pela teoria do
gene egoísta de Dawkins, a seleção natural atua sobre genes específicos como unidade de
seleção. Esse replicador usa veículos transitórios em favor de sua multiplicação, e o aspecto
egoísta mantém as características sendo transmitidas. Do ponto de vista da seleção natural,
replicadores ou genes virais que menos replicam diminuirão em frequência, e o fato de
manterem a estrutura simples não implica o status inerte dos vírus. Os limites entre vivo versus
não-vivo são um contínuo, e essa classificação é mais um debate filosófico e semântico que
científico. Esta revisão visa reunir informações sobre a origem dos vírus e a relação com a vida
primordial através de uma revisão narrativa da literatura. Por meio do entendimento acerca da
onipresença e aspectos evolutivos dos vírus, é possível chegar a um entendimento geral de que
estes podem ser classificados como seres vivos, pois expressam informações hereditárias e
evoluem através da seleção natural.
Reference
Disner GR. A natureza dos vírus sob a teoria do gene egoísta de Dawkins. Rev Sitio Novo. 2021 Jan.-Mar; 5(1):148-157
Link to cite this reference
https://repositorio.butantan.gov.br/handle/butantan/4883
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2021
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