Estudo comparativo dos venenos de serpentes Bothrops do “Grupo atrox”

Os venenos de serpentes são misturas complexas constituídas, em grande parte, de proteínas enzimáticas ou não; somando aproximadamente 90% do peso seco do veneno. O estudo da composição dos venenos colabora com o contínuo avanço biotecnológico, com o desenvolvimento de fármacos e na compreensão dos processos bioquímicos e fisiopatológicos dos organismos. O “grupo Bothrops atrox” corresponde a um conjunto de serpentes peçonhentas amplamente distribuídas na região neotropical e que apresenta um complexo padrão de variação morfológica interespecífico e intraespecífico. Por meio de experimentos in vitro e in vivo, e contribuindo para o melhor entendimento das variações interespecíficas, bem como da filogenia dentro do complexo, foi proposto um modelo de estudo composto por análises biológicas e bioquímicas de 4 amostras de “Pools” de venenos (1 amostra por espécie) de exemplares machos e fêmeas, de diversas idades e procedências das espécies Bothrops atrox, B. leucurus, B. marajoensis e B. moojeni, visando uma análise comparativa por meio da quantificação proteica, análise dos perfis eletroforéticos e de zimografia dos venenos bem como determinação da Dose Mínima Coagulante, atividade hemorrágica, letalidade e a soroneutralização destas atividades pelo antiveneno botrópico. Os venenos das espécies estudadas apresentaram semelhanças em relação à algumas atividades bioquímicas, porém mostrando maiores particularidades nos testes de atividade biológica, sendo as atividades hemorragica e de letalidade, assim como suas respectivas soroneutralizações.