Participação da aldeído desidrogenase-2 na neuroinflamação induzida pela constrição do nervo isquiático
Autor
Orientador
Afiliação Butantan
Tipo de documento
Master thesis
Idioma
Portuguese
Direitos de acesso
Restricted access
Aparece nas Coleções:
Resumo em inglês
Background: Aldehyde dehydrogenase-2 (ALDH2) is a mitochondrial enzyme
responsible for detoxifying aldehydes generated from the lipid peroxidation. We
previously showed that Alda-1, a small molecule that activates ALDH2, has a potent
antinociceptive effect in a chronic neuropathic pain model induced by the chronic
constriction injury of the sciatic nerve (CCI) in mice, by decreasing reactive
aldehydes, such as 4-hydroxynonenal (4-HNE) at the injured site. One of the most
important mechanisms involved in the neuropathic pain onset and chronification is
the activation of immune and glial cells. Considering that reactive aldehydes are pro-
inflammatory and pro-nociceptive, we hypothesized that 4-HNE is involved in the
central sensitization in CCI-induced neuropathy model. Methods: The nociceptive
threshold was assessed by the up and down method using von Frey filaments,
before (0), 7-, and 14-days post-injury (DPI). The ALDH2 function was modulated by
Alda-1 (16 mg/Kg/day, s.c. osmotic pump) or by using a transgenic mice model with
an inactivating mutation found commonly in Asiatic populations that impairs ~95% in
ALDH2 activity (ALDH2*2). The 4-HNE protein adducts and the activation of glial
cells in the dorsal horn of the spinal cord was assessed by using
immunofluorescence techniques, followed by microglia morphology, and co-
localization analysis. Moreover, axonal degeneration was assessed by evaluating the
cell infiltration and fragmentation of myelin in histological preparation of sciatic nerve.
Results: CCI decreases the nociceptive threshold in 7 and 14DPI, in wildtype (WT)
and ALDH2*2 animals, and Alda-1 prevents CCI-induced hypernociception in both
periods and genotypes. Also, CCI increases the immunostaining for 4-HNE adducts,
GFAP (astrocyte), Iba-1 (microglia) along with a change in microglia morphology to
pro-inflammatory profile in wild type mice. Alda-1 prevents 4-HNE adducts formation
and glial cells activation, as measured in microglia morphology. Interestingly, the
impairment in ALDH2 activity contributes to changes in glial activation dynamic. Alda-
1 reduces 4-HNE levels in ALDH2*2 mice, without interfering with IBA-1 and GFAP
expressions. However, the microglia morphology analysis revealed that Alda-1 might
induce a shift from inflammatory to anti-inflammatory profile. The co-localization study
showed that 4-HNE accumulates in afferent axons, Schwann cells, as well as spinal
cord neurons and oligodendrocytes. Finally, we also showed that CCI induced sciatic
nerve degeneration in both genotypes, which was prevented by the treatment with
Alda-1. Conclusion: The data suggest that 4-HNE plays an important role in
neuropathic hypernociception by controlling aldehyde levels and central
neuroinflammation, as well as regulates axonal degeneration and peripheral
inflammation in this model. Interestingly, the genetic impairment in ALDH2 activity
changes the dynamics of glial activation upon nerve injury. Finally, Alda-1 is a
promising molecule for neuropathic pain treatment.
Resumo
A aldeído desidrogenase-2 (ALDH2) é uma enzima mitocondrial
responsável pela detoxicação de aldeídos gerados a partir da peroxidação lipídica.
Mostramos anteriormente que a Alda-1, uma pequena molécula ativadora a ALDH2,
inibe a hipernocicepção em um modelo de dor neuropática induzida pela constrição
crônica do nervo isquiático (CCI) em camundongos, por levar a diminuição de
aldeídos reativos, como 4-hidroxinonenal (4-HNE) no local lesionado. Sabe-se que
um dos principais mecanismos envolvidos na instalação e na cronificação da dor
neuropática é a sensibilização central e periférica, que ocorre por ativação de células
imunes e gliais. Considerando que os aldeídos reativos são pró-inflamatórios e pró-
nociceptivos, levantamos a hipótese que o 4-HNE participa dos processos de
sensibilização central e periférica no modelo de neuropatia induzida por CCI.
Métodos: O limiar nociceptivo foi determinado pelo método up and down por meio
de filamentos de von Frey, que foi aplicado antes (0), 7 e 14 dias após a cirurgia. A
função da ALDH2 foi modulada pelo tratamento com a Alda-1 (16 mg/Kg/dia, s.c. por
bomba osmótica), ou por meio de camundongos transgênicos contendo uma
mutação encontrada em populações asiáticas que reduz (~ 95%) a atividade de
ALDH2 (ALDH2*2). A análise dos níveis de adutos de 4-HNE, ativação de células
imunes e gliais e liberação de citocinas foram avaliados por meio de western blot,
imunofluorescência e ensaio de multiplex, respectivamente. Ainda, a degeneração
axonal foi determinada pela infiltração celular e fragmentação de mielina no preparo
histológico do nervo isquiático. Resultados: a CCI diminui o limiar nociceptivo em 7
e 14 dias após a cirurgia, em animais selvagens (WT) e ALDH2*2. A administração
de Alda-1 previne a hipernocicepção induzida pela CCI em ambos os períodos e
genótipos. Adicionalmente, demonstramos que a CCI aumenta a imunomarcação
para adutos de 4-HNE, GFAP (astrócitos), Iba-1 (microglia), juntamente com uma
mudança na morfologia da micróglia para um perfil pró-inflamatório, no corno dorsal
da medula espinal de animais selvagens. A Alda-1 previne o aumento nos níveis de
4-HNE e na ativação de células gliais. Curiosamente, o prejuízo na atividade da
ALDH2 contribui para mudanças na dinâmica de ativação glial, já que a Alda-1 reduz
os níveis de 4-HNE em camundongos ALDH2*2, sem interferir nas expressões de
IBA-1 e GFAP. No entanto, a análise da morfologia da micróglia revelou que Alda-1
pode induzir uma mudança para um perfil anti-inflamatório. O estudo de co-
localização mostrou que o 4-HNE se acumula em axônios aferentes, células de
Schwann e macrófagos na periferia, bem como neurônios e oligodendrócitos da
medula espinal. Por fim, também mostramos que a CCI induziu degeneração do
nervo isquiático em ambos os genótipos, que foi prevenida pelo tratamento com
Alda-1. Conclusão: Os dados sugerem que o 4-HNE desempenha um papel
importante na hipernocicepção neuropática controlando os níveis de aldeídos e a
neuroinflamação central, bem como regula a degeneração axonal e a inflamação
periférica neste modelo. Curiosamente, o comprometimento genético na atividade da
ALDH2 altera a dinâmica da ativação glial frente à lesão do nervo. Finalmente, a
Alda-1 é uma molécula promissora para o tratamento da dor neuropática.
Referência
ALCANTARA, Queren Apuque. Participação da aldeído desidrogenase-2 na
neuroinflamação induzida pela constrição do nervo isquiático. 2022. 91p.
Dissertação (Mestrado em Ciências - Toxinologia) – Instituto Butantan, São Paulo,
2022.
URL permanente para citação desta referência
https://repositorio.butantan.gov.br/handle/butantan/4449
Palavra-chave
Linha de pesquisa
Agência de fomento
Data de publicação
2022
Mostrar todos os metadados
O acesso às publicações depositadas no repositório está em conformidade com as licenças dos periódicos e editoras.